quinta-feira, 10 de maio de 2012
Os medos e as decisões
Eu ainda nem tenho a autoridade de
uma mãe para dar conselhos, ou validar minha opinião em uma discussão dizendo: “Ah,
mas com a minha filha eu fiz assim”. O fato é que com credibilidade ou sem, a
grávida já tem que tomar mil decisões e passa por muitos medos.
Ok, nem toda grávida toma tantas decisões
assim, mas eu sou essa criatura neurótica que adora um planejamento,
então pesquiso sobre todas as questões que possam ser relevantes a uma mãe pelo
primeiro ano da cria. Então me pergunte tudo sobre: parto, amamentação, sono do
bebê, alimentação, picos de crescimento, atividades. Eu sei tudo a
teoria toda.
Mas aí um pedacinho ponderado
que reside neste ser que acha que tem controle de tudo ansioso me diz que não é bem assim, e eu decidi que
pesquisei o suficiente para saber o que é melhor, e vou tentar chegar o mais
próximo disso possível, mas sem enlouquecer. Quem não sabe que amamentar é a
melhor coisa que uma mãe pode fazer ao seu filho? Também sabemos que até os 6
meses, a criança não precisa de mais nada além do leite materno, nem água. Por
isso vou fazer o que estiver ao meu alcance para tornar isso uma realidade. E
se eu chegar no meu limite? Que pena, então verei a próxima opção, mais
parecida com a primeira. Assim, sem drama. Vejam como eu planejo até meu
sentimento de frustração (e me lembrem disso quando em me frustrar de fato e me
desesperar, por favor).
Agora então chegamos a uma
decisão que está mais próxima: o parto. MEU DEUS, será que alguém entende que
eu tenho medo de qualquer forma de parto? O parto normal com intervenções me
assusta, pois queria ser eu a decidir se quero e quando quero analgesia,
episiotomia e tudo o mais. O natural me apavora, não evolui meu espírito a
ponto de achar lindo passar mil horas em sofrimento trabalho de parto. E
nem falo do medo da recuperação da cesárea e seu enorme corte em 7 camadas. Qualquer
radicalzinho chato ou mãe perfeita que falar que eu devia ter pensado nisso
antes de engravidar ganha meu desprezo eterno.
O que quero dizer é que desejei
muito esta gravidez, tento levá-la da melhor forma possível, leio muito sobre
maternidade, e ter medo de qualquer forma de parto não me faz menos mãe, ou
menos merecedora da maternidade.
Alguns pequenos complicadores
surgem no meio do caminho para o parto normal. Os defensores dirão que nada é
justificativa válida, os cesaristas dirão que cesárea é linda e prática. Não
gosto de nenhuma das duas resoluções. A conclusão que eu cheguei é que nunca
mais na vida opino, sequer pergunto sobre o parto de ninguém. Eu vou só apoiar,
concordando ou não. Agora é assim: “Vai esperar pelo parto normal? Maravilha, é
melhor mesmo para você e para o bebê, parabéns”; “Ah, vai ser cesárea? Parto
normal é assustador mesmo, né? Parabéns”. E juro que não tem um pingo de
falsidade em nenhum dos dois comentários.
Enquanto a próxima consulta do
pré-natal não chega, só digo isso: tenho medo, de tudo, mas a Luiza vai nascer,
pela porta ou pela janela, e vai ser muito bem cuidada e amada, por uma mãe
rastejante recém-operada ou rastejante só de cansaço mesmo.
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- Renata, a mãe, esposa e professora. Luiza, a bebê linda, nascida em 04/07/2012.
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Rê vc é doidinha! hahahaha só nao falo para mudar o nome do blog para umagestanteneurotica pq neahm tekisfeeling! mas fica tranquila, todas estas duvidas, incertezas, medos são naturais! a unica certeza que vc pode ter mesmo é que a luiza vai estreiar neste mundo linda, saudavel e Loira! hahahaha
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